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Vá com Deus.

Sim, religião não se discute. Não, este texto, em hipótese alguma, está usando o nome de Deus em vão. Sim, eu tenho minha religiosidade e minha fé naquilo que considero sagrado; não, não sou ateu muito menos descrente. Sim, gosto de registrar coisas que considero importantes; não, não estou, de modo algum, satirizando ou ridicularizando nenhum tipo de crença. Que ninguém me leve a mal, pelo amor de Deus.

Primeira ressalva feita, comecemos com o que interessa. Esses dias estava no metrô de São Paulo (Apóstolo de Jesus), saindo do bairro de Santana (avó de Jesus) indo para Santa Cecília (padroeira dos músicos), onde ouvi a mãe dizer à filha: – ‘Faça uma boa viagem, vá com Deus’, despedindo-se dela com um beijo no rosto. E a filha respondeu: – ‘Amém, fique você também com Ele’.

Interessante isso! Nós, brasileiros, que vivemos em meio a muitos nomes de sãos, santos e santas, usamos em nosso vocabulário diário tantas expressões que indicam nossa inclinação à religiosidade cristã-católica que gostei do tema e resolvi escrever sobre essa mania que temos. Graças a Deus somos um povo bastante devoto, muito crédulo e intensamente fiel (segunda ressalva).

Junto a isso, lembrei-me da frase de um grande Professor, que disse certa vez: “Um turista não irá a um destino se ele não perceber que há conforto e segurança”. Sobre o primeiro, o conforto, acredito que fique por conta da indústria do Turismo e da hospitalidade; afinal, temos de tê-lo... pagamos tão caro por ele, Jesus amado! Ora, qualquer cristão gosta de ser mimado pelo que há de bom e de melhor.

O outro, a segurança, em parte, também é de responsabilidade humana. Entretanto, à parte do policiamento, das grades e portões, dos alarmes e dos outros materiais físicos, há aquela segurança invisível e impalpável – aquela que se refere à proteção sublime, à assistência divina.

Quando partimos de viagem saímos do amparo familiar, do teto acolhedor, do abrigo do lar e dos olhos atentos de quem nos quer bem. Vamos em busca da hospitalidade na casa alheia, onde o pão também nos seja dividido. Se pensarmos bem... meu Deus, quanto perigo! Certamente precisamos pedir guarda ao Superior para que, se Deus quiser, possamos voltar melhor que quando fomos.

A coisa é que, independente do quão espiritualizado alguém seja, tenho certeza de que ao empreender qualquer jornada rumo ao desconhecido, desde os tempos mais remotos e mitológicos, A.C ou D.C, quando os monstros e os poderes naturais ainda eram oponentes das excursões bem sucedidas, todos vêm pedindo para que sejam livrados do mal.

Na modernidade, antes de nos confinarmos nos tubos metálicos que voam por horas a fio (Pai amado!), antes de trafegar pelas imensas estradas durante dias (dias?! Deus me livre!), antes de navegar semanas em oceanos profundos (profundos?... muito profundos? Nossa Senhora!) todos acabamos recorrendo a uma ajudinha celestial.

Uns disfarçam, outros mentalizam, alguns se asseguram se o vizinho não os está observando (ser tachado de beato? Credo!), mas o fato é que nenhum turista quer, em seu descanso sagrado, comer o pão que o diabo amassou. Ave Maria, trabalhamos tanto, temos direito ao descanso no sétimo dia!

Já reparei também que muitos aeroportos, rodoviárias, estações e outros afins que recebem viajantes têm seus espaços dedicados ao culto e ao pensamento elevado, onde se espera que aqueles que pedem que Deus os abençoe sejam acolhidos. Realmente, esses locais de transição turística concentram muitas expectativas e é a partir deles que se iniciam longas jornadas norteadas pelo encontro de quem amamos, sejam nossos irmãos ou nossos amigos, seja nossa mãe ou o Pai nosso.

Pensando nisso, decidi fazer um compêndio Daqueles que protegem os viajantes durante suas marchas. Juro por Deus que investiguei o máximo que pude, mas meu Deus do céu! Era muita coisa. São muitos os vigilantes lá de cima (ou de outros lados) espalhados pelo mundo, cada um baseado em sua filosofia. Em caso de ter esquecido Algum, perdoem-me. Tentei escolher aqueles mais comumente invocados, para que todos possamos regozijar de nossas idas e vindas pelo mundo vigilados pelos protetores. Oxalá meu pai sejamos atendidos.

Assim, fui escolhendo figuras importantes para distintas linhas religiosas para que possamos atender a todos os que vão viajar. Pai eterno, não quero ser retaliado acusado de preconceituoso! Um dos benefícios de viajar é esse: expandir os horizontes. Peço que ninguém me veja pecador, valha-me Deus! É somente um texto sobre a energia positiva que os povos emanam por meio de seus mitos. Temos de compreender a todos, creio eu...
 

Que Deus nos acompanhe.



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Deidade: Adeona e Janus

De origem romana, Adeona era a Deusa da viagem, protegendo os viageiros. Janus é a versão masculina da Divindade.
 

Deidade: Apolo
Com origem grega, é o Deus das viagens e dirige a carruagem do Sol.

 

Deidade: Artemísia
Com origem grega, era uma Deusa invocada pelos viajantes para garantir o bom tempo.

 

Deidade: Breasal
Do País de Gales e Cornualha, era considerado o Rei de todo o planeta, mas vivia no ‘outro mundo’. Às vezes chamado de Hy-Brazil ou I, alguns acreditam que Breasal viveria em uma ilha mística ocidental, a qual poderia ter sido o lendário continente de Atlântida. Seu mundo é visível para os seres humanos em apenas uma noite a cada sete anos. Quando os exploradores portugueses chegaram à América do Sul, equivocadamente, pensaram que haviam desembarcado no mundo de Breasal, denominando essa nova terra de Brasil, em sua homenagem. Breasal, então, oferece proteção e orientação para os viajantes e exploradores.

 

Deidade: Chimata-No-Kai
De origem xintoísta, é o Deus das estradas e passagens.

Deidade: Chung-kuei
De origem chinesa, é protetor dos viajantes. É considerado o Deus dos testes e exames, da literatura e dos estudantes.

Deidade: Dosojin
De origem Budista do Japão, são divindades estreitamente associadas às estradas, aos viajantes e aos limites geográficos. A eles foram atribuídas as tarefas de manter o mal longe da Nakasendō e seus viajantes. Os Dosojin aparecem de várias formas, entretanto, geralmente são pequenas pedras esculpidas em forma humana, sempre em pares. Às vezes, são representados por esculturas rústicas em formato de estrelas.

 

Deidade: Ekahau
De origem Maia e Asteca, é o Deus do setor comercial. Para os Astecas, unicamente o Deus dos comerciantes; para os Maias, dos viajantes e mercadores.

 

Deidade: Fortuna Redux
Com origem romana, era a Deusa que acompanhava todos os viajantes, que a pediam felicidade e sorte em suas jornadas. Não importava para onde o viageiro ia – podia invocá-la carregando consigo camomila e aveia.

 

Deidade: Ganesha
De origem hindu, é um deus muito amigável, alegre e extremamente venerado na Índia. É o Deus removedor de obstáculos e que, além de outras coisas, protege os viajantes.

 

Deidade: Hasamelis
Com origem na Mesopotâmia (dos povos hititas e hurritas), era o Deus dos viajantes, pois, para protegê-los, tornava-os invisíveis.

 

Deidade: Hecate
Com origem grega, era a Deusa das estradas, protetora dos viajantes contra o mal nos caminhos entre um destino e outro.

 

Deidade: Hermes, para os gregos, Mercúrio, para os romanos
De origem grega, era o filho de Zeus e de Maia. Como mensageiro e arauto dos Deuses, Hermes era freqüentemente convidado a falar em público e a fazer grandes viagens, tornando-se, portanto, o Deus da eloquência e da fala - e o Deus das estradas que protege os viajantes, como ele.

 

Deidade: Hina
De origem polinésia, é a Patrona dos viajantes, sendo representada por quaisquer objetos que tenham dois lados (como uma moeda), representando a ida e a volta.

 

Deidade: Ilmarinen
De origem finlandesa, é o Deus que ajuda os viajantes, lutando contra Lieckiö, Deus que os assusta.

 

Deidade: Isis
De origem egípcia, é a Deusa do arco-íris, das mensagens, das emoções e das viagens. É representada pelo arco-íris, e em sua oração, pedia-se: “Abençoes minhas viagens para que eu possa ser iluminado e entretido por elas. Dê asas ao meu espírito para que possa voar”.

 

Deidade: Jizo
De origem Budista (aparece no Japão, porém, foi importada da Índia e misturada à mitologia local). Jizo é o Bodhisattva que vai, sem medo, a qualquer lugar ou situação para ajudar aqueles em necessidade. Jizo é especializada em ajudar as mulheres, crianças e aqueles que viajam, em ambos os caminhos físicos e espirituais. Jizo personifica as qualidades de benevolência, determinação e otimismo inabalável.

 

Deidade: Kunado-No-Kami
De origem xintoísta, é o Guardião das estradas e passagens.

 

Deidade: Lam Lha
De origem tibetana, é a Deusa das estradas e dos caminhos.

 

Deidade: Min
De origem egípcia, é o Deus da fertilidade, da virilidade, da chuva, dos trovões e dos viajantes. É associado ao Leste do Egito, oferecendo proteção também aos comerciantes – e às caravanas que tinham suas rotas no Mar Vermelho.

 

Deidade: Mullo
De origem Bretã, é o Patrono dos carroceiros. É associado aos burros e ao Deus romano Marte. Oferece proteção em viagens e aos animais que participam dela.

 

Deidade: Netuno
Com origem grega, é o Deus dos mares, representando o protetor das viagens oceânicas. Dirige uma embarcação ornamentada com golfinhos.

 

Deidade: Odin
De origem nórdica, era o Deus principal da mitologia e sempre viajava. Visitava os seres humanos e pernoitava em suas casas; assim, por muitos séculos, era tradição tratar muito bem todos os viajantes, por nunca saberia se era o Deus Odin em mais uma de suas jornadas.

 

Deidade: Ogun
Com origem africana, Ogun é o protetor das atividades relacionadas à agricultura, às guerras, às viagens e aos caminhos. É um orixá cultuado nas religiões Umbanda e Candomblé, correspondendo a São Jorge, na Igreja Católica no sincretismo religioso.

 

Deidade: Pravasarakshika
Com origem Hindu, é a Protetora dos viajantes.

 

Deidade: Pushan
De origem Hindu, é um Deus que compõe o Panteão e aparece em inúmeras discussões no Rig Veda. É o Deus do encontro e seu domínio são as estradas. É invocado na proteção às viagens e à boa sorte nelas.

 

Deidade: Rhiannon
De origem celta, é também chamada de Epona. Usualmente conhecida como a Deusa dos cavalos e dos oceanos, oferece proteção aos viajantes por meios aquáticos e voos sobre as águas.

 

Deidade: São Cristóvão
Referência Cristã-Católica, é o protetor dos motoristas e dos viajantes. Viveu provavelmente na Síria e sofreu o martírio no século III. Valendo-se da imensa força de que era dotado, pôs-se a baldear pessoas, vadeando o rio. Uma noite, entretanto, um menino pediu-lhe que o transportasse à outra margem do rio. À medida que vadeava o rio, o menino pesava cada vez mais às suas costas, como se fosse o peso do mundo inteiro. Diante de seu espanto, o menino lhe disse: “Tiveste às costas mais que o mundo inteiro. Transportasse o Criador de todas as coisas”.

 

Deidade: Tayon al-kutbay
Com origem no povo Nabateu (antigo povo semítico, ancestrais dos árabes, que habitavam a região norte da Arábia), é o Deus do conhecimento, do comércio, da escrita a da profecia. Como os Nabateus eram tribos mercantilistas e por conta disso viajavam muito, este Deus está associado às viagens e à proteção.

 

Deidade: Xaman Ek
Com origem maia, era o Deus dos viajantes e dos comerciantes, sendo homenageado com oferendas na beira das estradas.
Deidade: Yachimata-hime.



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